Os ritos de passagem auxiliam o seres humanos a compreenderem seu lugar no mundo e na sociedade. Trazem uma sensação de segurança, pertencimento, continuidade, aceitação, participação, orientação, e nos contam sobre de onde viemos, onde estamos e para onde vamos.
Esses momentos de transição, transformação, crescimento e empoderamento podem acontecer de forma mais consciente, auxiliando, portanto, na caminhada da vida e no bem da sociedade como um todo. Podem também passar desapercebidos, fazendo com que muitas vezes caiamos num modelo de vida automático, em que não nos questionamos sobre quem somos de fato e o que estamos fazendo no mundo.
Hoje em dia, poucos ritos ainda existem e, em sua grande maioria, são vazios de conteúdo e de profundidade, cumprindo apenas papéis de compromisso social. Como consequência, observar-se uma sociedade com sua base desestruturada, desequilibrada e descompromissada com os valores mais básicos, como o respeito e a verdade, uma sociedade deveras desconectada da terra e do porque estamos habitando o planeta.
O nascimento, tanto para o bebê, como para a mãe e para o pai; as mudanças de setênio, de acordo com a Antroposofia; a primeira menstruação para as mulheres; o rito de transição dos meninos para a fase adulta, por volta dos 13, 14 anos; o batismo; o casamento; a separação; a menopausa; o ano novo; a morte e alguns rituais iniciáticos dentro de sendas espirituais, são alguns exemplos de ritos de passagem. Se imbuídos de uma forma mais compromissada e verdadeira, esses ritos de passagem poderiam ofertar um senso maior de pertencimento, direcionamento e interligação individual e coletiva, com tudo o que existe na Terra, e na importância de cada indivíduo na teia da vida.
Os ritos podem ser simples e simbólicos. O importante é que estejam conectados com o coração e com as mudanças de ciclos. São momentos de desprendimento, de morte e renascimento. De deixar ir, de criar espaço interno e na vida para que o novo venha. De honrar tudo o que se viveu e ter uma oportunidade de recomeçar. Quando sabemos onde estamos, podemos voar com mais entrega e plenitude.
Como dizia Gandhi, seja a mudança que você quer ver no mundo. Nesse caso, comece a fazer pequenos rituais em sua casa, com sua família. Por exemplo, se você tem uma filha mulher, quando ela começar a menstruar, explique para ela sobre a importância, o poder e a beleza de ser uma mulher cíclica, de entregar o sangue de volta à terra. Se você pensa em casar, reflita internamente o que isso representa em sua vida e crie um ritual que traga elementos que simbolizem essa importância. Se você se separou de um relacionamento, reflita sobre tudo o que tal experiência lhe trouxe, honrando as dores e as alegrias vividas, libertando o outro em todos os planos, para assim libertar a si mesma, curando as feridas existentes, preparando-se para um recomeçar.
Lembre-se sempre que os ritos vêm trazer leveza, beleza e direção. Que podem ser inseridos em sua jornada, na medida que fizerem sentido para você. Os ritos de passagem honram o passado, nos trazem para o momento presente e constroem um futuro melhor para nós e para toda a humanidade.
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Até o próximo post!
Joana Netz