Yoga é um estado de consciência e presença. É também uma cultura dotada de valores, costumes, símbolos, práticas e atitudes específicas. É, ainda, um caminho para o autoconhecimento, para o conhecimento do Eu.
A palavra yoga deriva da raiz sânscrita yug, que significa unir. A prática de yoga em cima do tapetinho serve de espelho para observarmos como estão nossas emoções e pensamentos, como está nosso corpo físico, e a partir dessas reflexões tomarmos as decisões coerentes para manter ou modificar nossas condutas do dia a dia, em prol de uma vida plena, equânime, saudável e tranquila.
Algumas das formas de se praticar yoga são:
Bhakti Yoga, ou Yoga devocional: aqui o praticante ou devoto expande seu amor e adoração por uma imagem, um Deus, através de orações, rituais e cantos, podendo também realizar o serviço devocional para o bem comum. Ama o que há ao seu redor, reconhecendo tudo como sendo expressão do Divino.
Jñãna Yoga, ou Yoga do conhecimento: é o caminho do yoga pelo qual o conhecimento e a compreensão da nossa real natureza é buscada. Os ensinamentos são passados, tradicionalmente, de mestre para aluno, na forma de parampara. É um caminho também de auto estudo. O praticante de jñãna yoga percebe que há muitas existências, mas a Essência é Uma.
Mantra Yoga ou Yoga do som sutil: pela repetição de sons, como os bijas mantras, que correspondem a energias específicas e de kirtans, que são cânticos, normalmente realizados em sânscrito, que é uma língua clássica da Índia antiga, percebe-se uma crescente purificação e harmonização da mente, propiciando o estado meditativo . Há, também, o estudo dos efeitos das vibrações de determinados sons na consciência.
Karma Yoga ou Yoga da ação desinteressada: o yogui, aqui, realiza ações que observa serem necessárias. Faz por que tem de ser feito. No karma yoga busca-se a objetividade e o cuidado com a mente, tendo em vista que isso fará a diferença de como nos relacionamos com o mundo.
Hatha Yoga: Hatha significa, literalmente, esforço físico. É uma forma de yoga na qual existe uma reflexão ativa que utiliza o corpo como veículo, instrumento para seguir o caminho de autoconhecimento. No Hatha Yoga almeja-se o despertar da energia potencial usando o esforço, tanto físico, como mental. Hatha deriva das sílabas há, o sol, e tha, a lua.
No Hatha Yoga, o yogui busca a inteligência que está escondida no corpo. O que faz a diferença é a atitude que há por de trás dos exercícios realizados: o estado de presença, a consciência da respiração, a motivação, o esforço, o auto respeito, o por que de se estar praticando.
As aulas de Hatha Yoga e de Yoga para Gestantes têm como base os oito passos do Ashtanga Yoga de Patanjali; astau- oito, anga- partes. O Ashtanga Yoga está descrito no Yoga Sutra de Patanjali, uma obra com mais de dois mil anos de antiguidade, sendo considerado o texto fundamental do Yoga Clássico. Nele, Patanjali diz que o propósito da prática de yoga é “nos estabelecermos em nossa própria natureza”. As oito partes são:
Yamas, as proscrições éticas:
-Ahimsa: não violência
-Satya: veracidade
-Asteya: não roubar
-Bramacharya: continência
-Aparigraha: não possesividade
Nyamas, as prescrições éticas:
-Saucha: purificação
-Santosha: contentamento
-Tapah: esforço sobre si mesmo
-Svadhyaya: auto estudo
-Isvara Pranidhana: entrega a Isvara
Asana: posturas físicas confortáveis e estáveis, que visam o fortalecimento e o relaxamento do corpo.
Pranayama: controle e disciplina do ritmo da respiração e expansão da energia vital no corpo. Prana: vida, respiração e Ayama, expansão.
Pratyahara: abstração sensorial. É a capacidade de liberar a mente dos objetos externos, ativando a atenção para o interior.
Dharana: concentração. Consiste em fixar a consciência num ponto especifico.
Dhyana: meditação. Quando a mente consegue ficar focada num ponto, durante um período de tempo. Aqui é ativado o olhar do observador, que percebe as flutuações da mente, mas não se identifica com elas.
Samadhi: contemplação, estado de comunhão com o universo.
O objetivo final de yoga é moksha, a libertação. A libertação dos condicionamentos que não nos permitem enxergar nossa real natureza, que é livre de limitações. É o reconhecimento de que temos esse corpo físico, mas não somos ele. Que utilizamos os nossos órgãos dos sentidos, jnanedryas, e das ações, karmendryas, para conhecer e experimentar o mundo, mas que tampouco somos eles. Que temos uma mente e um ego, que nos permitem viver no mundo como indivíduos, mas também não somos eles. Somos a consciência presente em tudo isso e, além disso.